segunda-feira

Carreiro apressado, causo do livro HISTÓRIAS DE CARREIROS, de Rogério Corrêa

"Carreiro apressado:

Para os carreiros da região do pedregal irem para a região da mata eles tinham que passar em um velho açude feito em um córrego de pouca água.
Depois de alguns dias de fortes chuvas o açude não suportou a quantidade de água e começou a transbordar e isso acabou provocando o seu rompimento. Nisso, o carreiro apressado falou que não dava para esperar consertar o açude e resolveu passar em uma velha estrada onde transitavam somente cavalos e gado. Porém, havia o contratempo de uma forte descida de cerca de quatrocentos metros.
No dia da empreitada, o Carreiro apressado arrumou outra boiada e chamou mais dois ajudantes para auxiliá-lo na descida do morro. Ao chegar no local com o carro cheio e sendo puxado por 16 bois, os outros companheiros o convenceram a não tentar descer com carro cheio, pois a boiada não suportaria aquele peso todo e provocaria grave acidente. Resolveram soltar as estacas morro abaixo e pouco a pouco as rolariam até chegar no fim da descida.
Após descerem todas as estacas, resolveram encarar tal descida da melhor forma possível. Primeiramente, passaram a corda da ligeira de couro cru no argolão que é usada para rebocar alguma coisa ou para engatar juntas de bois na parte traseira do carro, para utilização em descidas íngremes. Em seguida engataram as 7 juntas de bois na parte traseira, e começaram a descer a colina. Em dados momentos, os bois chegaram a escorregar, porém, depois de muito trabalho, conseguiram vencer o obstáculo.

Posteriormente ao episódio, o próprio Carreiro impaciente afirmou aos assistentes que não faria aquele trajeto de carro de boi, porque era muito perigoso e não valia o risco."*

*Texto do livro HISTÓRIAS DE CARREIROS, de Rogério Corrêa


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terça-feira

Os carros de boi cantaram na 8ª Festa do Carro de Boi de Cururupu - MA


Governo apoia a 8ª Festa do ‘Carro de Boi’ de Cururupu

"Quilombolas de várias comunidades rurais de Cururupu se encontraram neste fim de semana em mais uma tradicional ‘Festa do carro de boi’, atividade festiva promovida pelo Instituto Negro Cosme e Associação da comunidade Rio das Pedras, entidades da sociedade civil daquele município.

A festa envolveu famílias das comunidades que usam o seu carro com a parelha de dois bois para o trabalho diário e também para transportar os produtos da agricultura familiar para vender na feira da cidade. Uma vez por ano reúnem-se para o festejo que movimenta a cidade.

A festa tem o seu ponto de partida com a missa celebrada na Igreja de São Benedito no sábado à noite, onde familiares, moradores e turistas participam da celebração com cantos e coreografia afros. Após a celebração, segue na praça da igreja o festejo com reggae e tendas com venda de comidas e bebidas.

Na manhã de domingo os carreiros, como são chamados os condutores dos carros de boi, reúnem-se em dois locais para iniciar o cortejo pelas ruas da cidade. Este ano, mais de 100 caros de bois participaram do evento.
 
Mais do que instrumento de trabalho e transporte, para os quilombolas de Cururupu os carros de bois fazem parte de uma forte tradição. Assim, o quilombola Francisco Sales Serra, morador da comunidade Cedro, contou sua relação com os animais: “Desde minha mocidade uso o carro de boi pra trabalhar e vender os produtos da roça. Não aprendi leitura nem escrever, só roçar e trabalhar; só quando eu morrer eu deixo o carro de boi”.

Para Gerson Pinheiro, secretário de igualdade racial, a festa é uma manifestação cultural dos quilombolas que precisa ser mantida e apoiada. “Os carros de boi são parte da história do povo negro do Maranhão e mais do que instrumentos de trabalho, são uma tradição que deve ser festejada e incentivada para que se preserve as memórias do povo quilombola dessa região”, comentou.

“Estamos aqui inclusive com a secretária Laurinda para demonstrar que o governo do Estado respeita essas manifestações e tem a responsabilidade também de preservá-las”, frisou Pinheiro.

A secretária de Estado da Mulher, Laurinda Pinto, que participou da festa pela primeira vez, também relata sua importância. “Esta festa é um patrimônio cultural das comunidades que retrata a história de homens e mulheres negros e negras e é também uma forma de celebrar sua cultura que deve ser fortalecida e apoiadapor todos os poderes para que se possa garantir e manter essa tradição”. 

A secretária Laurinda explicou também que sua equipe está em Cururupu e cidades vizinhas com o Ônibus Lilás fazendo atendimentos especializado à mulheres em situação de violência  da região e com palestras e campanhas educativas.

Paralelo ao desfile de carros de boi aconteceu a feira da agricultura familiar, onde os quilombolas comercializavam produtos da roça, como farinha, mandioca, verduras, conservas de pimentas e frutas. A lavradora Fátima Silva Barbosa, moradora da comunidade Condurus, conta como a festa ajuda na renda familiar “Essa festa é muito importante pra nós porque também nos ajuda com uma renda extra com a venda de nossos produtos e também mostra nossa cultura pra cidade e pros visitantes”.

Participando também do evento, o deputado Bira do Pindaré comentou a importância da festa. “A festa de carro de boi de Cururupu tem tradição e originalidade e representa as comunidades quilombolas numa região onde a presença de negros é muito forte. Estamos aqui para fortalecer e ajudar a manter essa tradição como uma referência da cultura maranhense, da nossa identidade e resistência”.

O ponto alto do cortejo de carros de boi é o encontro dos carreiros em frente à Igreja de São Sebastião na manhã de domingo, onde numerosa multidão se aglomera para prestigiar o desfile e os condutores dos carros são premiados com um certificado de participação e uma placa comemorativa.

Este ano houve uma premiação especial para os secretários de Estado Gerson Pinheiro e Laurinda Pinto, para o deputado Bira do Pindaré e para a prefeita eleita, professora Rosinha, que figuraram como apoiadores e incentivadores da festa.

Fotos/Divulgação                                               

Foto 1 – Lavradora Fátima Silva Barbosa vendendo seus produtos na feira da festa do carro de boi em Cururupu
Foto 2 – Quilombola Francisco Sales Serra conduzindo sua parelha de bois na festa do Carro de Boi de Cururupu
Foto 3 – Secretário Gerson Pinheiro e Laurinda Pinto, deputado Bira do Pindaré e prefeita eleita professora Rosinha recebem premiação como apoiadores da festa do carro de boi
Foto 4 – Secretário Gerson Pinheiro entrega certificado e placa comemorativa a carreiro na festa do carro de boi em Cururupu
Foto 5 – Secretários Gerson Pinheiro e Laurinda Pinto participam da festa do carro de boi em Cururupu"
Fonte: Seir*
28/11/16

*Matéria recebida de:
MATEUS COSTA MAGALHÃES
Assessor de Comunicação da
Secretaria de Estado Extraordinária de Igualdade Racial - SEIR


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Moda de viola em Vazante - MG

Moda de viola na casa do Antônio Corrêa em Vazante - MG.
Composição de Dona Otávia e muito bem interpretada pelos parentes.


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quarta-feira

Os carros de boi cantaram no 3º Encontro de Muladeiros, Cavaleiros e Carros de Boi de Mutunópolis - GO


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*Informações disponibilizadas pelo: Portal Nortegoiano. Disponível em: http://www.portalnortegoiano.com.br/ 

sexta-feira

sexta-feira

Bienal Brasil do Livro e da Leitura de Brasília

Não perca essa oportunidade e marque presença na Bienal Brasil do Livro e da Leitura de Brasília.


Temos participado ativamente de eventos culturais e de literatura.

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quinta-feira

O livro Festas de Carros de Boi, do escritor Rogério Corrêa é referência nacional

Alguns anos atrás comecei a pesquisar as festividades de carros de boi e em julho de 2013, foi publicado o livro “Festas de Carros de Boi” pela Editora Virtual Books e no mês de maio de 2014 foi lançada a sua 2ª edição pela Editora ICEIB, na versão digital.  Na época já sabia que seria algo diferente, pois são escanças publicações quanto ao tema. No entanto, não sabia que faria tanto sucesso e que se tornaria referência para muitos trabalhos divulgados em jornais, revistas, sites e imprensa.

A cada citação que tomo conhecimento fico extremamente feliz, pois Festas de Carros de Boi tem alcançado o seu objetivo e de certa forma contribuído com a história da humanidade. Especialmente aquelas citações feitas por universitários, mestres e doutores em revistas especializadas. Conforme artigo “A mandioca e os carros de boi: ruralidades de uma Ilha ao Sul do Brasil”, publicado na Revista Catarinense de História, de autoria de Giovana Callado Ferreira - (doutoranda do Programa de Pós Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina) e do professor João Klug da Universidade Federal de Santa Catarina - (doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (1997), Pós-Doutorado na Universidade Livre de Berlim (2003-2004) e Pós-Doutorado na Universidade Livre de Berlim (2012-2013).

Dados bibliográficos do artigo:

FERREIRA, Giovana Callado & KLUG, João. A mandioca e os carros de boi: ruralidades de uma Ilha ao Sul do Brasil. In: Revista Catarinense de História, Florianópolis, n.23, p.180-197, 2014.  

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Inauguração do Museu do Carro de Boi Quim Costa, em São Bento do Sapucaí - SP

"Museu do Carro de Boi será inaugurado na próxima semana

Construído em homenagem ao Quim Costa, o espaço tem o objetivo de preservar sua produção de carros de boi e de ferramentas
postado por jornalismo em   19/10/2016
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Sr. Joaquim Costa, que por toda sua vida se dedicou a construção dos carros de boi. Foto: Arquivo pessoal
Na próxima quinta-feira, 27 de outubro, às 19h, acontece a inauguração do Museu do Carro de Boi Quim Costa, localizado na Estrada Jandyra da Silva Costa, 234, perto do Restaurante Trincheira, no bairro do Quilombo.
Construído em homenagem ao Mestre Regional do Carro de Boi, Sr. Joaquim Pereira da Costa, o Quim Costa, falecido em 2014, o Museu tem o objetivo de preservar sua produção de carros de boi e de ferramentas. Além das peças físicas, o espaço conta com um acervo midiático visual e sonoro proveniente de doações e oferecerá oficinais, passeios e visitas guiadas, entre outras atividades.
Localizado na propriedade de uma das filhas do Sr. Joaquim Costa, Maria Bernadete da Costa Prado, o Museu foi construído com recursos dos familiares e organizado em espaços distintos para conservar o acervo. De acordo com Maria Bernadete, a construção do museu era um desejo do Sr. Joaquim, que teve seu trabalho divulgado em diversas publicações, como a Revista Brasileiros. “Ele sempre soube do valor do seu trabalho e sabia que a construção de carros de boi estava ficando cada vez mais extinta, então ele pediu pra gente conservar essa história, que agora estará disponível para toda a população e também para os visitantes”.
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Peças construídas ou utilizadas por Quim Costa expostas no Museu. Foto: Rafaella Teixeira/Acontece São Bento
Os carros de boi desempenharam um papel muito importante na cidade por muitos anos e eram usados nos carnavais, nos casamentos e para transportar encomendas para a cidade, como o sino da Igreja Matriz, que veio de Ubatuba até São Bento do Sapucaí através de um carro de boi.
Além do coquetel de inauguração, no sábado, dia 29, às 14h, haverá um desfile de carros de boi pelas ruas da cidade, que será encerrado no Museu com um café e muita prosa. Ambos eventos são gratuitos e abertos ao público.
Para saber mais sobre o Museu do Carro de Boi Quim Costa."*
*Matéria disponível em: http://acontecesaobento.com.br/blog/2016/10/19/museu-do-carro-de-boi-sera-inaugurado-na-proxima-semana/. Acessado em 20/10/2016.

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Os carros de boi irão cantar no Desfile de Carro de Boi em São Bento do Sapucaí - SP

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quarta-feira

Histórias de Carreiros, de Rogério Corrêa

Texto do livro "Histórias de Carreiros", de Rogério Corrêa

Carreiro espertalhão

"Jovino Gonçalves Filho, 80 anos, descreveu que desde cedo o seu pai o obrigava
a lidar com os bois. Só que não gostava do cantar do carro e sim do canto dos pássaros. Mesmo assim tinha de ajudar seu pai. Algumas das vezes, como candeeiro, ele deixava a boiada se adiantar, e, depois, tinha de sair correndo atrás para alcançá-los.
Em alguns desses carretos, ele estava com muita fome e queria chegar logo em casa para almoçar ou jantar. Então, o jeito era apertar o passo para chegar rápido. Enquanto isso, pai dele pedia para andar mais devagar, principalmente nas descidas. Mas, a fome era tanta, que ele passara a pensar só com a barriga, e, evitava diminuir o passo. Algumas vezes, sua atitude fazia com que o carro tombasse.
Inúmeras vezes a roda subiu no barranco ou em pedras grandes e tombou. Só que em vez de chegar cedo, tinha que desvirar o carro, arrumar a esteira e colocar o milho bem arrumado novamente. Sua vontade de chegar quase sempre os fazia demorar e passar mais fome.
— Etâ tempo custoso e trabalheira! — suspira seu Jovino.
Ele diz que gosta de ver os carros, só que carrear, de jeito nenhum! Se recorda de os seus tios mais velhos contarem das longas viagens que eles faziam para buscar sal, querosene ou outro produto industrializado. Às vezes, eles demoravam meses para ir e voltar de cidades longe, principalmente, em época de chuva, que fazia com que quebrassem mais as tralhas da boiada, e as arreatas arrebentavam muito.
Mesmo levando bastante tralha de reserva, tinham que improvisar com o facão e machado, porque quebravam demais.
Algumas vezes tinham de esperar dias até a chuva diminuir um pouco para seguirem viagem ou passar em riachos cheios.
Outro grande sofrimento para eles com o excesso de chuva, dizia respeito à tampa da carga do carro, pois ela era de toldos de couro, e a chuva fazia com que eles pegassem bichos até furar.

— Difícil! — Ele novamente suspira, como a voltar no tempo, e concluiu: — Hoje tudo é muito fácil." 

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