quinta-feira

O tesouro do bálsamo. Trecho do livro Histórias do Além, de Rogério Corrêa

Trecho do livro Histórias do além, de Rogério Corrêa:

O tesouro do bálsamo:
  
Ainda jovem um rapaz foi abordado por uma cigana que pediu para ler a mão dele. Ela disse que tinha um tesouro para ele tirar, só que ele só seria autorizado a isso quando ficasse mais maduro.
Foram algumas vezes que o avisaram sobre o tal tesouro, primeiramente a cigana,
depois em sonho; outra vez uma entidade em um centro espírita. Esta finalmente contou que o tesouro ficava ao lado de uma árvore bem grande, velha, que se destacava das demais e ficava perto de onde antigamente passava uma estrada carreira e quando ele a via sempre se encantava. Falou, inclusive, que foi um viajante que a escondeu após notar que alguém o estava seguindo para roubar, só que não conseguiu achar o local onde enterrou.
Pensava e não conseguia se lembrar da tal árvore! Retornou ao centro espírita e conversou com a mesma entidade, que só falou:
― Ela está quase sempre as suas vistas.
A partir daquela informação o homem começou a furar buracos próximo de algumas árvores que ele admirava. Numa delas fez um buraco tão grande que a árvore caiu quando começou a chover. Depois de furar alguns buracos acabou desistindo.
Para atender a outra demanda, o homem voltou ao centro espírita, e sem ele perguntar nada, falaram sobre o tesouro enterrado:
― Você não entendeu o nosso recado. Você tem que procurar onde suas vistas alcançam. Novamente voltou para casa sem entender nada e não procurou. Algum tempo depois sonhou derrubando um grande bálsamo, que ficava em suas terras, à beira de um córrego, a menos de um quilômetro de distância do curral, para fazer móveis.
Ao passar próximo ao bálsamo, ele pensou em derrubar aquela árvore para fazer móveis ou para vender para carapinas construir carros de boi. Só que ficava com dó, por ser uma árvore tão bonita e 
que desde pequeno ouvia seu pai dizer que com o tronco daquela madeira dava pra fazer muitas coisas, principalmente carro de boi e móveis bons. Cresceu sabendo que aquela árvore era uma das mais cobiçadas, e não se lembrava das dicas sobre o local. Talvez porque ele tinha de ficar mais amadorecido, conforme a cigana falou. Vá saber.
Um dia, ao acordar, se lembrou de o seu pai falar que na época de seu avô passava uma velha estrada carreira próximo ao córrego, e só podia ser aquela a árvore!
Quando o dia raiou, ele pegou uma alavanca e uma boca de lobo e foi em direção ao bálsamo. Sua mulher estranhou e perguntou onde ele ia tão cedo e antes de tomar café.
― Vou ajeitar uma cerca e daqui a pouco volto.
Ao começar a cavar, apareceram alguns maribondos, e ele foi obrigado a ascender fogo e jogar galhos verdes para dar bastante fumaça para espantar os bichos dali.  Continuou furando e apareceram alguns besouros, e mesmo assim continuou a escavação. Ao fazer uma cratera, encontrou uma camada de carvão e ficou mais fácil de escavacar. Acertou algumas pedras, ao tirá-las, viu um pedaço de metal. Ao limpar ao redor, viu que era uma caçarola de ferro com carvão e com outras coisas no fundo. Desceu na beira do córrego para lavar. Quando mergulhou a caçarola debaixo d’água, o carvão começou a boiar, e, aos poucos, foi retirando o carvão, e apareceu algumas pequenas pepitas de ouro no fundo.


De acordo, com quem contou esse fato, o tesouro era pequeno, mas deu para o homem comprar algumas criações e para colocar as contas em dia. Que essa coisa de achar tesouro não é a gente que escolhe, são os espíritos que te dão! Se não for o escolhido, eles desaparecem na sua frente. 

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