Trecho do livro Histórias do além,
de Rogério Corrêa:
Guardião
da botija de ouro
No
interior do município de São Borja ― RS, Gerson narrou que um tio avô,
descendente de alemães, adquiriu há muito tempo uma fazenda antiga e se mudou
para ela.
Tinha
uma casa grande de assoalho de madeira, casa de queijo, paiol, chiqueiro, curral, barracão, mangueira e uma casa de tijolo de adobe[1]
já bastante desgastada pelo tempo.
Um
primo dele, depois de trabalhar muito na parte da manhã, foi almoçar. Tirou o
arreio do cavalo e o soltou no barracão para se alimentar e tomar água. Por
estar bem quente, depois de almoçar resolveu tirar uma soneca debaixo de uma
árvore que fica do lado da casa de adobe.

No
outro ano resolveram fazer um galinheiro, aproveitando um dos cantos daquela
casa de adobe. Ao furarem do lado do esteio para colocarem uma estaca acertaram
uma pequena botija. Ao desenterrarem, perceberam que tinha ouro dentro. Gerson assegura que não tinha muito ouro,
mais deu um bom dinheiro.
Com
a descoberta da botija de ouro, seu primo começou a pensar naquela visão tida
no ano anterior e que o deixara
apavorado. Talvez fosse, na verdade, o guardião da botija. Concluiu isso por já
ter ouvido falar que em alguns casos o dono da botija, ou alguém que perdeu a
vida por causa dela, se torna guardião.
[1] Tijolo de adobe: são tijolos feitos de
barro, água e esterco de gado.
Acesse o link em amarelo abaixo para adquirir e conhecer nossas obras - livros digitais ou impressos:
Acesse o link em amarelo abaixo para adquirir e conhecer nossas obras - livros digitais ou impressos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário