►O bicho pegador de gente:
O Tião Corrêa contou que, antes do nascimento dele, o pai dele teve de
fazer uma viagem de carro de boi até
Patrocínio, para buscar uma carga, junto com outro carreiro e o

candeeiro Caetano. Naquela época, antes de 1940,
não havia automóveis na região de Vazante. Ao chegarem próximo à rodovia de
Patrocínio, avistaram um carro antigo
que eles chamavam de baratinha, foi quando o Caetano viu aquele negócio
estranho, com dois homens dentro,
fazendo um barulho esquisito, se
aproximando. Então, o menino largou a guia e saiu correndo pelo serrado afora.
Correu, correu, retornou e pulou dentro do carro de boi. Ficou encolhido abraçando
o cabeçalho. O carreiro tentou acalmá-lo dizendo: “Larga de ser bobo, isso é
apenas um carro à gasolina”. Caetano respondeu: “Não senhor, não senhor é um
bicho, e ele já pegou dois!” Com muita dificuldade conseguiram tirar o Caetano
de lá e seguiram viagem. Ao chegarem a Patrocínio, não demorou muito para
ouvirem o apito do trem de ferro (maria fumaça) que estava chegando à cidade.
Mas quando Caetano viu o tamanho do bicho, com aquele barulho quase que
ensurdecedor, novamente ele se desesperou, saiu correndo e entrou na primeira
casa que estava com a porta aberta e se escondeu debaixo da cama. Enquanto ele
entrava correndo para dentro da casa, os moradores se assustaram e saíram
correndo para fora, com medo, sem saber o que estava acontecendo. O carreiro
Joaquim Machado pediu licença aos moradores para entrar na casa deles e tirar o
Caetano de lá. Quando ele pegou no pé do Caetano e puxou, o menino gritou: “Não
me leva não! Tô com medo, tô com medo! O bicho tava falando ticomu, ticomu,
ticomu, ticomu!”
Acesse o link em amarelo abaixo para adquirir e conhecer nossas obras - livros digitais ou impressos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário